[É UM ENGANO IMAGINAR QUE A RUA DA BAHIA DEU A DRUMMOND A PEDRA NO MEIO DO CAMINHO]
[A Rua da Bahia é uma rua que vai daqui para acolá e de acolá para nenhures. É rua em declive ou em aclive, conforme os óculos, conforme o destino. Sobe, se você está a caminho de acolá; desce, se você está a caminho de nenhures. É rua apropriada para quebrar silêncios. Quando falta assunto, é só dizer: "Rua da Bahia". Os assuntos voltam. É rua densamente povoada pelo passado. Você diz: "Bar do Ponto". Todo o passado volta, e, junto com ele, voltam os fantasmas. A Rua da Bahia inventou Belo Horizonte. "Haja cidade", disse a Rua da Bahia em uma segunda-feira chuvosa, muito tediosa, sem nada para fazer, só com empadas nos mostruários e alguns udenistas de cachecol. E houve então a cidade. Do ponto de vista topográfico, a Rua da Bahia tem baixios, medianias e altanias. À meia-noite, não há vagas para poetas nas medianias, vagam anjos pelos baixios, sonham nas altanias os candidatos a governador. Do Bairro da Floresta, onde começa...