[DUAS CARTAS DE FERNANDO PESSOA A MACHADO DE ASSIS]
Rubem Focs, em seu Duas cartas de Fernando Pessoa a Machado de
Assis (romance, Editora AuroraAzul, Lisboa, 144 páginas, 2003), nos revela
as duas cartas que o poeta Fernando Pessoa enviou a Machado de Assis em 1908,
duas preciosidades que se encontravam perdidas em um velho sobrado do Rio de
Janeiro.
Estavam dentro de uma pasta de couro, junto com objetos os mais
díspares, entre eles, uma caixinha para tabaco (mais conhecida na época como
boceta), um par de alianças, um pé de coelho, um potinho de rapé, recortes de
jornais cariocas, um monóculo e um pequeno amuleto africano.
As duas cartas
datam de julho de 1908, uma no começo do mês, a outra no fim.
Bem sabemos que,
dois meses depois, a 29 de setembro, morreria o autor de Dom Casmurro.
Na
primeira carta, entre outros acontecimentos, e igualmente com palavras de
admiração à obra do brasileiro, o jovem Pessoa, então com 20 anos, e já tradutor
de missivas comerciais, conta a Machado de um facho de luz azul que ele vira
dias antes sobre o Tejo.
Na outra, ele pede conselhos sobre uma possível
mudança para o Brasil, dizendo: “Tudo pode ser um sonho, mas amanheço, às vezes, como se morasse no Jardim Botânico”.
As cartas nesta ficção de Rubem Focs foram encontradas por
operários no ano de 2000, durante a demolição de um sobrado no bairro da
Glória.
O sobrado pertencia a um tio do autor, chamado Gamenal Altamiro Focs.
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