[OS MINEIROS: ESSES MITÔMANOS]
[todo mineiro já caiu na tentação de construir um mito. ou pelo menos de espalhar um mito construído por outro mineiro.]
[há o mito da política qual nuvem, em autoria atribuída ao presidente antônio carlos.]
[você perguntará: política igual a nuvem? será? eu respondo: só se for a política do oligarca sentado em sua varanda. pois o que pode um político oligarca fazer, sentado em sua varanda, a não ser observar a passagem das nuvens? e delirar que aquilo é uma metáfora da política?]
[há outro mito, no milharal de mitos construídos pelos mineiros. é o mito tancrediano de que em minas gerais brigam as ideias, não os homens.]
[pura conversa fiada de quem deseja dar nobreza a uma carnificina. quem conhece minas sabe que os homens brigam, as ideias brigam, e uns são destruídos pelos outros.]
[se abrirmos o baú dos mitos mineiros, encontramos também este, igualmente da lavra tancrediana: o primeiro compromisso de minas é com a liberdade.]
[outra embromação. o primeiro compromisso de minas sempre foi, não com a liberdade, mas com a ocupação do palácio da liberdade.]
[é da lavoura de otto lara resende um mito muito difundido especialmente pelos mineiros que vivem em são paulo ou no rio de janeiro, os chamados mineiros apaulistados ou acariocados. o mito é este: mineiro que permanece em minas teria defeito de fabricação.]
[trata-se de uma enganação geográfica de dar heroismo aos que partem, ou que partiram, em busca do federalato. é o velho sonho de ser federal. perdão, otto, mas esta é uma miragem do tipo: mineiro sem defeito de fábrica é mineiro exportado. tal café. tal laranja. tal sabonete de araxá.]
[o grande fernando sabino, que também foi genro de benedito valadares, construiu todo um eclesiastes sobre o ser mineiro. mineiro isto, mineiro aquilo. etc. isto, etc. aquilo. uma chusma de mitos muito adequados para provocar o riso em plateias paulistanas ou cariocas nos debates literários ou nas feiras de livros. nada mais.]
[é tarefa difícil encontrar a raiz que deu origem à criação de tantos mitos em minas. sabe-se, porém, que, em sentido inverso ao do ouro ou do diamante, trata-se de uma cata inesgotável, de um manancial infinito enquanto existir minas, enquanto existirem os mineiros.]
[agora mesmo, neste exato momento, um mineiro está criando um mito. e, logo, o mito criado será posto a teste de sobrevivência em algum conclave de mineiros por aí afora. se sobreviver, o mito irá de boca em boca, entrará para as teses acadêmicas, para as análises sociológicas ou para a discurseira dos políticos.]
[se não sobreviver, tranquilizem-se: outro mito será gestado como um dia depois de outro dia, como uma nuvem depois de outra nuvem.]
[há o mito da política qual nuvem, em autoria atribuída ao presidente antônio carlos.]
[você perguntará: política igual a nuvem? será? eu respondo: só se for a política do oligarca sentado em sua varanda. pois o que pode um político oligarca fazer, sentado em sua varanda, a não ser observar a passagem das nuvens? e delirar que aquilo é uma metáfora da política?]
[há outro mito, no milharal de mitos construídos pelos mineiros. é o mito tancrediano de que em minas gerais brigam as ideias, não os homens.]
[pura conversa fiada de quem deseja dar nobreza a uma carnificina. quem conhece minas sabe que os homens brigam, as ideias brigam, e uns são destruídos pelos outros.]
[se abrirmos o baú dos mitos mineiros, encontramos também este, igualmente da lavra tancrediana: o primeiro compromisso de minas é com a liberdade.]
[outra embromação. o primeiro compromisso de minas sempre foi, não com a liberdade, mas com a ocupação do palácio da liberdade.]
[é da lavoura de otto lara resende um mito muito difundido especialmente pelos mineiros que vivem em são paulo ou no rio de janeiro, os chamados mineiros apaulistados ou acariocados. o mito é este: mineiro que permanece em minas teria defeito de fabricação.]
[trata-se de uma enganação geográfica de dar heroismo aos que partem, ou que partiram, em busca do federalato. é o velho sonho de ser federal. perdão, otto, mas esta é uma miragem do tipo: mineiro sem defeito de fábrica é mineiro exportado. tal café. tal laranja. tal sabonete de araxá.]
[o grande fernando sabino, que também foi genro de benedito valadares, construiu todo um eclesiastes sobre o ser mineiro. mineiro isto, mineiro aquilo. etc. isto, etc. aquilo. uma chusma de mitos muito adequados para provocar o riso em plateias paulistanas ou cariocas nos debates literários ou nas feiras de livros. nada mais.]
[é tarefa difícil encontrar a raiz que deu origem à criação de tantos mitos em minas. sabe-se, porém, que, em sentido inverso ao do ouro ou do diamante, trata-se de uma cata inesgotável, de um manancial infinito enquanto existir minas, enquanto existirem os mineiros.]
[agora mesmo, neste exato momento, um mineiro está criando um mito. e, logo, o mito criado será posto a teste de sobrevivência em algum conclave de mineiros por aí afora. se sobreviver, o mito irá de boca em boca, entrará para as teses acadêmicas, para as análises sociológicas ou para a discurseira dos políticos.]
[se não sobreviver, tranquilizem-se: outro mito será gestado como um dia depois de outro dia, como uma nuvem depois de outra nuvem.]

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