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[ESCRITORES ESTÁVEIS, ESCRITORES ITINERANTES]

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[bruce chatwin, em uma torre na toscana ,  fala sobre dois tipos de escritores: os estáveis, em casa, em suas bibliotecas, em seus quartos (flaubert, proust),  e os itinerantes, os rueiros, os sem pouso  (hemingway, gogol, melville), uns do lado dentro, outros do lado de fora, uns na sagrada torre, outros ao nível do chão, uns em domicílio, outros em trânsito. penso que é boa essa reflexão de chatwin, e é melhor porque sou da espécie híbrida, talvez anfíbia, ora estou no quieto  cômodo dessa muzambinha morada, ora  andarilho sem destino no ir pela cidade,  os próprios pés tornados escreventes,  o escrever a caminho, sempre a caminho. até que, páginas e mais páginas escritas nas folhas invisíveis, ao meu tugúrio retorno, e ali refaço o que talvez já não mereça ser refeito, pois a literatura não é nada, é só uma fração da estrada, é só um mísero intervalo do rumor orquestral que a vida ressoa: flor metálica de uma corda de banjo...