[TUDO VIRA PÓ, TUDO SE DISSOLVE EM NADA]
Disseminados os textos, por este ou aquele meio, por esta ou aquela plataforma; dissipados os textos, mas pelo vento, pela ventania. É o vento hoje que se encarrega de dissipar os textos, de levá-los para aqui ou acolá até que já não mais existam, até que desapareçam. Os textos entram por um olho e saem pelo outro. As palavras caem como as frutas ou as folhas caem das árvores até que se apodreçam ao sol, à chuva, ao abandono. E no entanto há o exibicionismo pueril da pose com um livro nas mãos. A indústria usa e estimula tais poses, pois o livro, objeto quase sempre destinado depois de um tempo à reciclagem de papel, deve ser perecível, deve ter um prazo de validade para o bem e a saúde financeira da indústria. Lança-se um; lança-se outro. Logo a química de dissolver em ácido os livros lançados atuará para que novas matérias-primas estejam a postos para novos lançamentos e novas impressões. Disseminados os textos, dissipados os textos. Tudo vira pó, tudo se dissolve em nada.
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