[AS PALAVRAS COM UM LÁPIS NO DORSO]
[desfez-se, por fim, o céu-
ferrugem, céu das chapas
de ferro em óxido
nos quintais abandonados.
agora é o azul. ouço
a saudação dos pássaros,
e os urubus, altaneiros,
vagam pelo ar rarefeito.
é assim a vida, diz o velho.
eis o velho à beira da estrada,
essas mãos milenares,
esse olhar para o azul
agora composto de alegrias
recém-nascidas, esse azul
que verte o seu néctar
sobre os telhados da vila.
o velho assiste à comunhão
do dia com a escritura
ferrugem, céu das chapas
de ferro em óxido
nos quintais abandonados.
agora é o azul. ouço
a saudação dos pássaros,
e os urubus, altaneiros,
vagam pelo ar rarefeito.
é assim a vida, diz o velho.
eis o velho à beira da estrada,
essas mãos milenares,
esse olhar para o azul
agora composto de alegrias
recém-nascidas, esse azul
que verte o seu néctar
sobre os telhados da vila.
o velho assiste à comunhão
do dia com a escritura
dos simples.
é o lápis no dorso
é o lápis no dorso
das palavras-formigas,
é o lápis no dorso
é o lápis no dorso
das palavras descalças.]
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