[obra prima?
não há, estamos em falta.
só temos, nas prateleiras,
a linha mediana meia-boca.
há pressa. há maratona.
nem bem o ovo choca,
já vem quem se alvoroça
para a cria em pânico
que, enfim, é natimorta.
soaram as sirenes
avassaladoras da mediania,
aurea mediocritas.
a obra ganha holofotes
antes que seja obra.
mascam chicletes as bocas
boquirrotas pororocas.
tantos no convés
para a festa pueril
do novo deus que sobe
o mastro e cai,
efêmero, qual espuma
na quilha podre da barcaça.]
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