[liguei o dia
com um chamamento.
não chamei a luz,
chamei o silêncio.]
&&&&&&
[envelhecer com as palavras.
e remoçar-se com elas.]
&&&&&&
[em tonalidades irregulares,
mosaicos com múltiplas
tesselas,
dou à escritura a sua mais bela
paisagem,
essa dança de calhaus de pedra,
essas migalhas redistribuídas,
lascas
em combinação e liga.]
&&&&&&
[toda promessa
é elástica:
ora encolhe,
ora espicha.
espicha menos
do que encolhe,
some mais
do que aparenta.]
&&&&&&
[palavras órfãs
são palavras
que perderam a música.]
&&&&&&
[pelo tamanho
da letra
eu meço
o que é da ordem
do grito
ou da ordem
do silêncio.]
&&&&&&
[as exigências
do paladar devem ser
as mesmas exigências
do olho
que lê.]
&&&&&&
[os blogues literários
são causa perdida;
eu aprecio
as causas perdidas.]
&&&&&&
[a fricção dos casulos não produz a faísca
do metal quando em fricção com a pedra.
os casulos, esses guetos, guardam neles
apenas louvor ao isolamento.]
&&&&&&
[vendo o meu peixe
porque,
se depender dos outros,
ele apodrece.]
&&&&&&
[aqui vos trago
a semente,
a vogal,
o casulo,
a noz
e a esperança descalça.]
&&&&&&
[com olho-espinho,
com boca
de entojo,
nenhum leitor
entra no livro.
a porta do livro
requer fome,
a porta do livro
requer apetite.]
&&&&&&
[mas que triste
pessoa é esta
tão despossuída
de poesia?]
&&&&&&
[quando a política
vai para o fígado,
a inteligência
vai para o exílio.]
&&&&&&
[essas dobras do poema,
tecido de costura interna,
esse esconderijo,
lâmina na bainha,
dedos dentro da luva,
bolso falso,
botão sem casa,
duelo sem arma,
tempestade de areia
sobre um oásis
inexistente.]
&&&&&&
ele disse: "eu sinto
uma alegria
dos diabos quando acordo
e vejo que a biblioteca
ainda está lá".]
&&&&&&
[ia pela vida
a explodir as válvulas
das panelas literárias.]
com um chamamento.
não chamei a luz,
chamei o silêncio.]
&&&&&&
[envelhecer com as palavras.
e remoçar-se com elas.]
&&&&&&
[em tonalidades irregulares,
mosaicos com múltiplas
tesselas,
dou à escritura a sua mais bela
paisagem,
essa dança de calhaus de pedra,
essas migalhas redistribuídas,
lascas
em combinação e liga.]
&&&&&&
[toda promessa
é elástica:
ora encolhe,
ora espicha.
espicha menos
do que encolhe,
some mais
do que aparenta.]
&&&&&&
[palavras órfãs
são palavras
que perderam a música.]
&&&&&&
[pelo tamanho
da letra
eu meço
o que é da ordem
do grito
ou da ordem
do silêncio.]
&&&&&&
[as exigências
do paladar devem ser
as mesmas exigências
do olho
que lê.]
&&&&&&
[os blogues literários
são causa perdida;
eu aprecio
as causas perdidas.]
&&&&&&
[a fricção dos casulos não produz a faísca
do metal quando em fricção com a pedra.
os casulos, esses guetos, guardam neles
apenas louvor ao isolamento.]
&&&&&&
[vendo o meu peixe
porque,
se depender dos outros,
ele apodrece.]
&&&&&&
[aqui vos trago
a semente,
a vogal,
o casulo,
a noz
e a esperança descalça.]
&&&&&&
[com olho-espinho,
com boca
de entojo,
nenhum leitor
entra no livro.
a porta do livro
requer fome,
a porta do livro
requer apetite.]
&&&&&&
[mas que triste
pessoa é esta
tão despossuída
de poesia?]
&&&&&&
[quando a política
vai para o fígado,
a inteligência
vai para o exílio.]
&&&&&&
[essas dobras do poema,
tecido de costura interna,
esse esconderijo,
lâmina na bainha,
dedos dentro da luva,
bolso falso,
botão sem casa,
duelo sem arma,
tempestade de areia
sobre um oásis
inexistente.]
&&&&&&
ele disse: "eu sinto
uma alegria
dos diabos quando acordo
e vejo que a biblioteca
ainda está lá".]
&&&&&&
[ia pela vida
a explodir as válvulas
das panelas literárias.]
Muito bom!
ResponderExcluirObrigado!
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