(seus descendentes, seus parentes,
seus funcionários e acumpliciados,
de linhagem em linhagem, de dote
em dote, de posse em posse,
seus acadêmicos, seus monumentos,
suas estátuas e seus brasões,
de sangue em sangue, de efígie
em efígie, seus cartórios,
seus empórios, seus bedéis
e seus cães, seus salões,
seus armazéns e seus jornais,
de rua em rua, de bairro em bairro,
seus beletrismos, seus organdis
e seus anéis, suas matronas,
suas devoções, suas exposições,
seus bigodes, suas polainas,
e tudo o mais, de década
em década, de janeiro a julho,
de julho a dezembro,
faça sol, faça chuva,
caia a bomba atômica,
com juros ou sem juros,
de governador em governador,
oh perene tempo, oh praça
da liberdade, oh sorrisos
de bom-mocismo, oh dinastias,
oh o principado de são joão del-rey,
oh círio, oh incenso, oh procissões,
oh igreja de lourdes, oh rua da bahia,
oh cronistas do dia lento,
oh apaniguados, outorgados
em lisonja e beneplácitos)
os fundadores de belo horizonte, digo,
olham sempre de banda, de soslaio,
à sorrelfa, como se olhassem
o monstro, a pústula, o apocalipse,
o espírito venal
e contaminante da sagrada minas.]
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