[FILOSOFIAS DE DOMINGO]


G. Deleuze quis tomar uma cerveja nos fundos do Mercado, mais adiante da loja de patos, um pouco antes da loja de peixes, entre os pimentões e as laranjas, entre a filosofia do ver e a filosofia do degustar. A cerveja veio e havia lentidões na manhã de domingo. G. Deleuze pôs o chapéu sobre o balcão, tinha limões nos bolsos do paletó, pediu a João Serenus descrições sobre a incidência da luz sobre os copos. Bebemos. Bebemos: um brinde para Espinoza, um brinde à fluidez dos afetos, um brinde à nova gravata de Franz Kafka, um brinde aos brincos de Cida La Lampe. Uns poetas passaram montados em um camelo, voou um bando de bailarinas sobre as nossas cabeças. Estávamos em estado de trincheira, trincheira para sorrir, trincheira para apreciar. Quase cresciam flores na ponta dos nossos dedos. Nenhum irado veio nos tirar da quietude.

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