[este é o tempo das sentenças camaleônicas, as que servem em todas as bocas, para defesa ou ataque. nem mesmo mudam de roupa.]
[eu digo: "chove". e me alegro. o outro diz: "chove". e pragueja.]
[a mesma sentença. as finalidades diversas.]
[no poema, a ambiguidade abre um canteiro pleno, anfitrião de flores de múltiplas procedências. é que a arte semeia o ambíguo e se expressa por essas polivalências.]
[mas, na dança bélica das ideologias, a mesma sentença é vacina para diferentes doenças.]
[ou para indolências. ou para intolerâncias.]
[ou para a cínica aventura de desnutrir quem esteja no campo oposto da vista.]
[ou para fazer perene a adolescência: a mesma sentença em uso e abuso pela imaginária birrenta.]
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