[A TELA ABERTA EM SEU VAZIO EM BRANCO]
[com a tela aberta
em seu vazio em branco,
eis que surge um falso endecassílabo,
depois uma estrofe inglesa
eis que surge um falso endecassílabo,
depois uma estrofe inglesa
metro burniano,
igualmente falsa, pois sem
igualmente falsa, pois sem
tetrapodias iâmbicas,
sem diapodias iâmbicas, lembrava
mais um haicai que cresceu mais
que o lago, mais que o sapo de bashô
em seu salto dentro do círculo.
aguardo outro acontecimento
sem diapodias iâmbicas, lembrava
mais um haicai que cresceu mais
que o lago, mais que o sapo de bashô
em seu salto dentro do círculo.
aguardo outro acontecimento
nessa tela em seu vazio em branco,
um pixel que seja em algum recanto,
mínimo que seja
e que lembre um pirilampo,
mas vem um diambo com seus dois
iambos, depois um falso dímetro,
pois manco com um dos pés
em solavanco,
mas vem um diambo com seus dois
iambos, depois um falso dímetro,
pois manco com um dos pés
em solavanco,
assim como eu próprio ando
pelo mundo.
pelo mundo.
ah um dispondeu
que confundiu as quatro
longas sílabas
e construiu um báquio, as breves
e construiu um báquio, as breves
seguidas por duas longas,
equívoco que a tela em seu vazio
branco atraiu ao ritmo, e eu, homem
feito de fábulas, soltei as rédeas
ao pantum: ― que se formem
então os quartetos loucos.
outro equívoco: do modo
branco atraiu ao ritmo, e eu, homem
feito de fábulas, soltei as rédeas
ao pantum: ― que se formem
então os quartetos loucos.
outro equívoco: do modo
que um cajado apalpa um chão
de extremo risco, doze sílabas
surgiram no branco agora
já não tão vazio
já não tão vazio
com seus metros bárbaros.
ah o enxerto de um rípio
a completar a medida
a completar a medida
de uma rima normanda,
eis que me torno octossílabo,
depois ecólico, e, ao fim,
depois ecólico, e, ao fim,
me redondilho na cantilena
de um canto medievo.]
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