["ninguém", ele respondeu,
ele cujo nome é ninguém.
o que faremos com ninguém, cujo
nome é ninguém?
a repetição infinita, "ninguém",
ele respondeu, ele cujo nome é ninguém.
o escape da caverna de polifemo: ninguém.
a corda sol outra vez que repete: ninguém.
a flauta outra vez que insiste: ninguém.
o rosto na lâmina do lago: ninguém.
acorrer à praça, em tempo ainda remoto,
quando paul celan vinha a este banco,
ainda quando as romãs se davam
em maciez e cio às mãos
que lhes abrissem a polpa.
todos os cachorros seguiam o velho.
escrevíamos no tronco das árvores.
mansuetude era a palavra que a rã
levava em seu dorso, sempre a oriente,
sempre a oriente, a caminho da humildade.
e ninguém disse então o seu nome:
"ninguém". ninguém
cujo nome é ninguém. pontilhismos
gráficos letrais sobre a tela da nossa imagem
difusa, em desaparecimento. "ninguém",
ele respondeu, ele cujo nome é ninguém.
"ninguém", respondemos. nós cujos nomes
eram múltiplos ninguéns.
a turba das vozes mudas.
a marcha peregrina dos silêncios.
o caroço sem amêndoa, o fim
das retóricas e das poéticas,
era o que líamos no tronco das árvores.
e ninguém.
"ninguém", mais uma vez respondemos.
"ninguém", mais uma vez insistimos,
perseveramos à espera de outra romã
por fim pendente: tesa lasciva entreaberta.]
ele cujo nome é ninguém.
o que faremos com ninguém, cujo
nome é ninguém?
a repetição infinita, "ninguém",
ele respondeu, ele cujo nome é ninguém.
o escape da caverna de polifemo: ninguém.
a corda sol outra vez que repete: ninguém.
a flauta outra vez que insiste: ninguém.
o rosto na lâmina do lago: ninguém.
acorrer à praça, em tempo ainda remoto,
quando paul celan vinha a este banco,
ainda quando as romãs se davam
em maciez e cio às mãos
que lhes abrissem a polpa.
todos os cachorros seguiam o velho.
escrevíamos no tronco das árvores.
mansuetude era a palavra que a rã
levava em seu dorso, sempre a oriente,
sempre a oriente, a caminho da humildade.
e ninguém disse então o seu nome:
"ninguém". ninguém
cujo nome é ninguém. pontilhismos
gráficos letrais sobre a tela da nossa imagem
difusa, em desaparecimento. "ninguém",
ele respondeu, ele cujo nome é ninguém.
"ninguém", respondemos. nós cujos nomes
eram múltiplos ninguéns.
a turba das vozes mudas.
a marcha peregrina dos silêncios.
o caroço sem amêndoa, o fim
das retóricas e das poéticas,
era o que líamos no tronco das árvores.
e ninguém.
"ninguém", mais uma vez respondemos.
"ninguém", mais uma vez insistimos,
perseveramos à espera de outra romã
por fim pendente: tesa lasciva entreaberta.]
Comentários
Postar um comentário